Caracterização do ataque de fungos apodrecedores de madeiras através da colorimetria e da espectroscopia de infravermelho

Autores

  • Mírian de Almeida Costa UFSM
  • Alexandre Florian da Costa
  • Tereza Cristina Monteiro Pastore
  • Jez Willian Batista Braga
  • Joaquim Carlos Gonçalez

DOI:

https://doi.org/10.5902/198050983814

Palavras-chave:

biodeterioração, podridão parda, podridão branca, técnicas não destrutivas

Resumo

Amostras de madeiras de marupá (Simarouba amara) e andiroba (Carapa guianenis) foram submetidas ao ataque dos fungos Trametes versicolor (podridão branca) e Gloeophylum trabeum (podridão parda). A colorimetria foi empregada para determinar as cores das madeiras antes e após o ataque dos fungos. Para acompanhar a variação do teor dos compostos químicos foi utilizada a técnica de espectroscopia de refletância difusa no infravermelho médio. Ambas as espécies foram consideradas não resistentes ao fungo de podridão branca. Para o fungo de podridão parda, a andiroba foi considerada resistente e o marupá não resistente. Ambas as espécies de madeira se apresentaram mais escuras após o ataque do fungo Gloeophyllum trabeum. Já o ataque do fungo Trametes versicolor causou clareamento na madeira da andiroba e escureceu ligeiramente o marupá. Os resultados da análise dos espectros de infravermelho mostraram que em ambas as espécies de madeira houve redução na intensidade das bandas de celulose, hemiceluloses e lignina após o ataque do Trametes versicolor, e redução somente na intensidade da banda de celulose após o ataque do Gloeophyllum trabeum.

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Publicado

30-09-2011

Como Citar

Costa, M. de A., Costa, A. F. da, Pastore, T. C. M., Braga, J. W. B., & Gonçalez, J. C. (2011). Caracterização do ataque de fungos apodrecedores de madeiras através da colorimetria e da espectroscopia de infravermelho. Ciência Florestal, 21(3), 567–577. https://doi.org/10.5902/198050983814

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